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Minas Gerais é o estado líder em interiorização de refugiados

Hoje dia 20 de junho é o Dia Mundial do Refugiado, instituído há 20 anos pelas Nações Unidas. Também nesse dia será celebrado o 70º aniversário da Convenção de Genebra sobre o Estatuto dos Refugiados e Apátridas.


Dados da organização humanitária Refúgio 343 mostram que venezuelanos vivem em mais de 30 municípios mineiros
, entre eles Poços de Caldas – foto Refúgio 343

Diante de dois marcos tão importantes, a organização humanitária Refúgio 343, que atua no abrigamento, saúde, educação e interiorização de refugiados, chama a atenção para uma das maiores crises da humanidade, que já atinge 1% da população mundial.

Em dois anos de atuação, a organização já acolheu mais de 1.400 pessoas e está presente 139 cidades, de 15 estados + Distrito Federal. Minas Gerais é, atualmente, o estado líder em interiorizações, com 430 pessoas beneficiadas, seguida por São Paulo (281) e Paraná (200).

Os beneficiários acolhidos por meio das ações do Refúgio 343 estão em Poços de Caldas, Belo Horizonte, Juiz de Fora, Uberlândia, Uberaba, São João del Rei, a Quatro, Caxambu, Varginha, Araxá, Três Corações, Extrema e mais 25 municípios.

“O que mudou nas últimas décadas? É um dia para celebrar, ou para refletir? Certamente não há o que comemorar. Hoje, são quase 80 milhões de pessoas que foram obrigadas a deixar suas origens para trás”, afirma Fernando Rangel, cofundador e diretor-executivo do Refúgio 343. “Um dos fatores que contribuiu para esse número foi a movimentação em massa de venezuelanos, que já são o segundo maior grupo populacional deslocado do mundo.”

Entre os beneficiários, mais de 300 já aram pela Escola Refúgio, onde aprendem Língua Portuguesa, Educação Intercultural e capacitação profissional, entendimentos fundamentais para a interiorização – deslocamento planejado e que visa dar autonomia aos refugiados.

No eixo de saúde, o Refúgio 343 promoveu mais de 700 consultas médicas, distribuiu quase 3 mil kits de proteção para cerca de 900 famílias e doou mais de 100 mil itens hospitalares para criação do hospital de campanha em Boa Vista, hoje chamado de Núcleo de Saúde da Acolhida (NSA).       

Recentemente, a organização ou a atuar, em parceria com a Organização Internacional para as Migrações (OIM), no Posto de Recepção e Apoio (PRA). Nesse espaço, as equipes do Refúgio 343 realizam diagnósticos da população local, organização dos beneficiários para o monitoramento da entrega de refeições diárias, banho e lavanderia, e identificação de casos de proteção, entre outras atuações.

“As ondas migratórias continuarão a existir. Dados de uma pesquisa do Instituto pela Economia e pela Paz (IEP) mostram que 1,2 bilhão de pessoas se tornarão refugiadas do clima nos próximos 30 anos. É um tempo muito curto, precisamos agir agora”, diz Rangel.

Números da migração

  • Mais de 5,6 milhões de pessoas já migraram da Venezuela para fugir da insegurança econômica, da fome, da violência e da falta de serviços essenciais
  • O Brasil é um dos países de maior destino dos venezuelanos no mundo, tendo recebido 265 mil refugiados vindos daquele país
  • Colômbia, Peru, Chile, Equador e Argentina também estão entre os principais destinos desses migrantes
  • Para apoiar o fluxo migratório em território brasileiro, existem 11 abrigos em Boa Vista e dois em Pacaraima, que juntos acolhem cerca de 7,5 mil pessoas – outros milhares estão nas ruas, ou em ocupações espontâneas

Sobra o Refúgio 343

O Refúgio 343 dedica-se à reinserção socioeconômica de refugiados e migrantes e trabalha nas frentes de ajuda humanitária (abrigamento e saúde) e desenvolvimento social (educação e interiorização).

A organização compõe a Operação Acolhida, trabalhando em parceria com as principais entidades envolvidas na resposta a esta crise: Força-Tarefa Logística Humanitária, agências da Organização das Nações Unidas, Adra e Pastoral Universitária, entre outras. Fonte – Refúgio 343

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